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Influência do 11 setembro na literatura é tema de entrevista no programa Universo Literário

Tese defendida pela pesquisadora Ghandia Brandão na UnB investiga se é possível afirmar o surgimento de um novo gênero literário pós-11 de setembro

Memorial às vítimas do ataque na cidade de Nova Iorque, EUA
Memorial às vítimas do ataque na cidade de Nova IorqueUnsplash

Quase 20 anos depois, os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, seguem produzindo novas repercussões e mudanças drásticas em diferentes campos de nossas comunidades. O evento foi amplamente registrado na literatura, com várias obras que abordam não só os ataques ao World Trade Center, mas o terrorismo de uma forma geral.

A pesquisadora Gandhia Brandão se dedicou a estudar a influência do 11 de setembro na literatura em sua tese de doutorado defendida na Universidade de Brasília (UnB), intitulada Romance de terrorismo: a literatura nos primeiros anos após 11 de setembro de 2001. No trabalho, Gandhia situa a literatura contemporânea como espelho da radicalidade do capitalismo na pós-modernidade, ilustrado por esses atentados. 

A pesquisadora analisou cinco romances de diferentes países que trazem o tema terrorismo em seu enredo e questiona se, com o surgimento de tantas obras literárias que voltam o olhar a esse fato histórico, é possível afirmar o surgimento de um novo gênero literário pós-11 de setembro. Nesta sexta-feira, 10, a pesquisadora Gandhia Brandão foi a entrevistada do programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa.

"A minha pesquisa foi em direção a achar romances que estavam voltados ao tema terrorismo, citavam o ataque e cujo enredo se encontra inserido na pós-modernidade, partindo da ideia de que esse período se inicia com o neoliberalismo. [...] Todas as características dessa era [pós-moderna] estão imbricadas nas questões que geram ataques terroristas, como o fundamentalismo religioso, a revolta contra o controle que os EUA querem ter no Oriente Médio, o preconceito contra as religiões islâmicas. Portanto, [os textos] precisam estar envolvidos em todas essas questões para serem considerados romances de terrorismo", explicou a pesquisadora, ao ser questionada sobre o que tornaria esses romances como pertencentes a um gênero específico.

Ouça a entrevista completa no SoundCloud.

Produção: Alexandre Miranda, sob orientação de Hugo Rafael e Alessandra Dantas
Publicação: Carlos Ortega, sob orientação de Hugo Rafael