Institucional

MCTI, CNPq e universidades enfrentam asfixia orçamentária

Cenário é analisado por gestores e lideranças brasileiras do sistema de ciência, tecnologia e inovação

Pesquisadora restaura objeto em laboratório do Cecor: restrições orçamentárias ameaçam avanços registrados pela ciência brasileira nas últimas décadas
Pesquisadora restaura objeto em laboratório do Cecor: restrições orçamentárias ameaçam avanços registrados pela ciência brasileira nas últimas décadas Lucas Braga | UFMG

O sistema nacional de ciência e tecnologia brasileiro alcançou, neste século, um grau de maturidade sem precedentes em sua história. Por causa dele, o país aparece em 13º lugar no ranking dos países que mais produzem ciência, de acordo com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O país ocupa ainda o 28º lugar no ranking de qualidade de seus pesquisadores e é o 24º na produção de artigos e pesquisas citáveis, o que indica potencial científico. 

Na avaliação de pesquisadores e gestores em C&T, o fortalecimento observado do final do século passado à primeira década do atual está associado ao lugar que educação, ciência e tecnologia passaram a ocupar na lista de prioridades do poder público federal. Mas, 20 anos depois da instituição do 8 de julho como o Dia Nacional da Ciência (Lei 10.221/2001), o cenário de cortes no orçamento e desmonte do sistema de produção e inovação da ciência preocupa diferentes atores. 

O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sofreu redução de 29%. O orçamento total previsto para o MCTI neste ano é da ordem de R$ 8,3 bilhões, R$ 3,5 bilhões a menos do que em 2020. A asfixia também atinge o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A agência de fomento conta, em 2021, com um minguado orçamento de R$ 23,7 milhões, quantia insuficiente para a sustentação da produção científica nacional. Na educação, o quadro não é diferente: o corte foi de 18,16% no orçamento discricionário das 69 universidades federais, o que corresponde a R$ 2,7 bilhões.

Esse cenário de dificuldades é analisado por lideranças e gestores vinculados ao sistema de ciência, tecnologia e inovação do Brasil ouvidos em reportagem especial publicada no Portal da Fundep

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