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Metade das pessoas que tiveram Covid-19 desenvolveram a chamada Covid longa, segundo Fiocruz

Pacientes apresentaram sequelas que podem perdurar por mais de um ano

Fadiga, tosse persistente, dores de cabeça são alguns das sequelas mais comuns de pessoas que tiveram Covid-19.
Fadiga é a sequela mais relatada por pessoas que tiveram Covid-19. Deposit Photos

O mundo vive a pandemia de coronavírus há cerca de 2 anos e 3 meses. Nesse período todo, já passamos por fases mais graves, quando todos estavam mais vulneráveis, antes que fossem disponibilizadas as vacinas e restrições severas às atividades presenciais. O momento atual é de certa estabilidade, mas vivemos uma alta de casos em Minas Gerais neste mês de julho. Usar a máscara cobrindo nariz e boca e manter o esquema vacinal completo continuam sendo medidas de prevenção recomendadas pelos governos estaduais e municipais e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde março de 2020, mais de 672 mil brasileiros morreram pela infecção do Sars CoV-2, de acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa. E por que devemos manter os esforços para não ter contato com o vírus, mesmo quem tomou todas as doses de vacina possíveis para a própria faixa etária? Além de evitar ficar doente e ajudar a frear uma maior circulação do vírus, uma das principais causas é evitar a covid longa. A condição foi reconhecida oficialmente como doença pela OMS em outubro de 2021 e é caracterizada pelo aparecimento ou persistência de sintomas após a infecção sem que eles possam ser explicados por um diagnóstico alternativo. 

Um estudo inédito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com pessoas que tiveram Covid-19 constatou que metade delas tiveram sintomas que podem durar mais de um ano. A pesquisa foi realizada aqui em Minas Gerais e acompanhou, por 14 meses, 646 pacientes entre 18 e 91 anos que tiveram a doença e verificou que, desse número, 324, o que corresponde a cerca de 50%, apresentaram sintomas após o fim da fase aguda da infecção. No levantamento, foram contabilizados 23 sintomas. Fadiga, que é o cansaço anormal no cotidiano e dificuldade em realizar atividades rotineiras, foi a principal queixa entre os pacientes, relatada por 115 pessoas. Entre as sequelas mais mencionadas também estão tosse persistente, dificuldade na respiração, perda do olfato ou paladar e dores de cabeça frequentes. Além disso, também foram registrados casos de insônia, ansiedade e tontura. Outro dado importante são as sequelas mais graves, como a trombose, desenvolvida por 20 pacientes. Vale destacar que, entre aqueles que tiveram sequelas a longo prazo, havia casos de Covid-19 leves, moderados, graves e até assintomáticos. Todas as 646 pessoas acompanhadas testaram positivo para covid no RT-qPCR e apenas 5 haviam sido vacinadas, entre as quais 3 tiveram a covid longa. Mais informações da pesquisa, você encontra no site da Fiocruz.

O programa Conexões conversou sobre os resultados da pesquisa com a a pesquisadora da Fiocruz, Rafaella Fortini, coordenadora do estudo.

Ouça a conversa com a apresentadora Luíza Glória:

Produção: Alícia Coura e Arthur Resende sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória