Notícias Externas

O reconhecimento do cuidado materno como trabalho foi tema do programa 'Conexões'

O governo argentino garantiu o direito à aposentadoria às mães do país

De acordo com a  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a Pnad, desemprego feminino alcançou a taxa recorde de 17,9% durante a pandemia
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), o desemprego feminino alcançou a taxa recorde de 17,9% durante a pandemia Pexels

A  Administração Nacional de Seguridade Social (ANSES), órgão do governo federal da Argentina, anunciou, neste mês de julho, a implantação de uma política para reconhecer o cuidado materno como trabalho, garantindo a aposentadoria às mães do país. O projeto se dirige às mulheres argentinas, com 60 anos ou mais, que ficaram afastadas do mercado de trabalho devido à maternidade e não acumularam tempo de contribuição suficiente para conseguir uma aposentadoria pelo estado. A projeção é que a regra alcance mais de 155 mil mulheres. O texto considera um ano de aporte por cada filho ou dois anos no caso de adoção ou filho com deficiência. No caso de mulheres que receberam o  Abono Universal por Filho para Proteção, um benefício mensal destinado a pais desempregados e de baixa renda, a soma chega a três anos por filho. 

A  Professora Yumi Garcia do Santos, do Departamento de Sociologia da UFMG e pesquisadora de Estudos de Gênero, Trabalho e Sociologia Política foi convidada para discutir os temas que circundam a política da Argentina de reconhecimento do trabalho materno no programa Conexões, desta sexta-feira, 30. Durante a conversa com a apresentadora Luíza Glória, a professora destacou a importância do reconhecimento e remuneração do trabalho doméstico, que recai majoritariamente sobre as mulheres, evidenciando que pode ser uma forma de redução da desigualdade de gênero e econômica.

“Até por conta desse trabalho ser ligado às emoções e ao afeto, foi muito sacralizado. Como se fosse um tabu remunerar ou monetizar o trabalho reprodutivo e a maternidade", explicou.

Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória

Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael