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'Outra Estação' explora possibilidades do metaverso para educação

Programa da Rádio UFMG Educativa fala sobre futuro da internet e experiências já utilizadas em salas de aula

Eliane Schlemmer e seu avatar no metaverso Ladybird
Eliane Schlemmer e seu avatar no metaverso Ladybird Acervo pessoal

O termo “metaverso” ganhou destaque em 2021, após o executivo Mark Zuckerberg anunciar que a empresa-mãe de redes sociais como Facebook, Instagram e Whatsapp passaria a se chamar Meta, em um esforço para focar as ações do grupo em realidades virtuais. Foram investidos mais de R$ 10 bilhões na construção da nova plataforma, que ainda não foi lançada para o grande público. 

A palavra metaverso foi usada pela primeira vez em 1992, no romance Snow Crash, de Neal Stephenson. O protagonista é um entregador de pizza, que tem uma vida muito mais interessante em um mundo paralelo - e virtual - onde é um príncipe samurai. A chegada dos metaversos ao mundo dos computadores começou de fato em 1995, com a criação do Alpha World, onde era possível construir mundos inteiros. Outras plataformas foram criadas ao longo dos anos e ganhando mais adesões à medida em que a velocidade da internet permitia uma conexão mais estável dentro desses “mundos”. 

No novo episódio de Outra Estação, a questão dos metaversos é levada para a educação. O programa conversou com a professora Eliane Schlemmer, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS); com o cineasta, especialista em realidades virtuais, Leonardo Souza; e com o professor, jornalista e apresentador, Alexandre Sayad, co-presidente da Unesco MIL Aliance (Aliança para Alfabetização Midiática).


Desafios para a educação no multiverso

A ideia de construir mundos alternativos aumenta as possibilidades para o ensino. No programa, Eliane Schlemmer mostra como uma aula de anatomia pode ser levada para dentro do Second Life, uma das plataformas de multiverso. No lugar de bancadas de laboratório, o estudante é levado para dentro do corpo humano, e pode navegar no sistema circulatório. Para a pesquisadora, a utilização dos metaversos é uma oportunidade para superar modelos tradicionais de ensino.

No entanto, as promessas do metaverso esbarram em problemas estruturais das escolas brasileiras. Segundo pesquisa do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em 2020, primeiro ano da pandemia no país, apenas 6,6% das escolas públicas do país ofereciam internet gratuita para seus alunos estudarem em casa. Já uma pesquisa do Datafolha feita em 2020 apontou que 29% das escolas públicas não têm acesso à internet e 55% não têm uma conexão adequada. Para o pesquisador Alexandre Sayad, é possível superar os gargalos estruturais das escolas brasileiras e absorver as novidades, como o metaverso, ao mesmo tempo.

Alexandre Sayad: narrativas imersivas podem ensinar uma série de habilidades aos alunos
Sayad: narrativas imersivas podem ensinar habilidades aos alunos Acervo pessoal

Para saber mais

O que é o Metaverso? | Nerdologia Tech
Grupo  Internacional de Pesquisa Educação Digital - Unisinos
Rabiola 360 - Filme interativo em 360º de Leonardo Souza.
Site do Alexandre Sayad

Produção

O episódio 85 do Outra Estação é apresentado por Vinicius Luiz, também responsável por sua produção, juntamente com Igor Costa e Joabe Andrade. A coordenação de jornalismo da Rádio UFMG Educativa é de Paula Alkmim. A coordenação de operações é de Judson Porto, e a de programação, de Luíza Glória.

Em sua segunda temporada, o programa vai ao ar quinzenalmente, às quintas-feiras, às 18h, com reprise às sextas, às 7h. Os episódios também podem ser ouvidos nos aplicativos de podcast, como o Spotify.