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Pelo universo de Lewis Carroll: Universo Literário destaca 190 anos do escritor

Conhecido principalmente pelo grande sucesso ‘Alice no País das Maravilhas’, o autor foi um dos precursores da literatura 'nonsense'

Além de romancista, Lewis Carroll também foi matemático, poeta, desenhista e fotógrafo
Além de romancista, Lewis Carroll também foi matemático, poeta, desenhista e fotógrafo Domínio Público/Divulgação

Há exatos 190 anos, no dia 27 de janeiro de 1832, nascia um dos autores mais reconhecidos do mundo, Charles Lutwidge Dodgson, conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll. O poeta e romancista britânico começou sua carreira em 1855, como professor na Universidade de Oxford, período no qual escreveu seus primeiros livros, ligados ao estudo da geometria e da álgebra, campos que viriam a influenciar muitos de seus trabalhos no futuro. Foi em 1865 que publicou sua primeira ficção e seu maior sucesso: Alice no País das Maravilhas. 

A obra é considerada um dos mais importantes textos da literatura universal e já foi adaptado para filmes, histórias em quadrinhos, assim como para diversas outras mídias. Além disso, Carroll também é conhecido pelos seus poemas, suas obras matemáticas, tanto acadêmicas quanto recreativas, e por ser um dos precursores da literatura nonsense. Para saber mais sobre a obra, história e legado desse autor, o programa Universo Literário desta quinta-feira, 27, recebeu a professora titular de Teoria da Literatura e Literatura Comparada da Faculdade de Letras da UFMG, Myriam Correa de Araujo Ávila. 

A partir de um panorama sobre a infância, família e antecedentes escolares de Lewis Carroll, a convidada revelou como se deu a introdução do escritor no mundo da literatura. Sua obra conta com elementos da realidade que se relacionam de forma incongruente e, dessa forma, acabam criando um tipo de humor específico, chamado pela docente de "nonsense vitoriano", que atrai e provoca a imersão dos leitores no universo construído. Ávila também detalhou o processo de escrita de Alice no País das Maravilhas, que começou como uma história contada para crianças durante um passeio.

Ilustração do manuscrito original de 'Alice no País das Maravilhas', feita pelo próprio autor
Ilustração do manuscrito original de 'Alice no País das Maravilhas', feita pelo próprio autor Biblioteca Britânica/Divulgação

A professora comentou sobre os demais interesses de Carroll, como o desenho, a lógica matemática e a fotografia, e falou de como eles se manifestam na obra do autor. Para a entrevistada, a coisa mais revolucionária do universo literário do escritor foi não procurar ensinar por meio das histórias, não inserir lições de moral. “Ele coloca personagens até muito perversos, ou malandros, nas suas histórias. E a Alice é uma observadora disso tudo, ela aparece muito até como uma feminista. Ela está sozinha, tem que resolver seus problemas sem ajuda e sempre consegue chegar a um bom resultado. Eu acho que mostra uma menina completamente independente”, completou a docente.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

As obras de Lewis Carroll estão em domínio público e podem ser encontradas online, gratuitamente, em sites como o Domínio Público, ou em bibliotecas e livrarias físicas e virtuais. A professora Myriam Ávila estudou a poesia do escritor e é autora do livro Rima e solução: a poesia nonsense de Lewis Carroll e Edward Lear, publicado pela editora Anna Blume. 

Produção: Alexandre Miranda e Nicolle Teixeira, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Enaile Almeida, sob orientação de Hugo Rafael