Pesquisa e Inovação

Pesquisa com participação da UFMG investiga uso do WhatsApp nas eleições municipais

O estudo pretende mapear o fluxo de informações políticas no aplicativo, como os temas que mais circulam, e entender de que modo essas conversas influenciam o eleitor

Para cerca de 57% dos brasileiros, WhatsApp é importante ou muito importante para acompanhar notícias sobre política
Para cerca de 57% dos brasileiros, WhatsApp é importante ou muito importante para acompanhar notícias sobre política Alfredo Rivera I Pixabay

O que leva cidadãos brasileiros a participar de grupos públicos no WhatsApp, voltados à circulação de conteúdo político durante as eleições municipais? E quais são os possíveis efeitos desses grupos na decisão de voto dos eleitores? Essas e outras questões estão sendo investigadas pela pesquisa Fluxo de informação on-line e uso do WhatsApp nas eleições 2020, que está sendo desenvolvida na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com outras universidades como a UFMG.

Segundo a professora do curso de Jornalismo da UFMA, Isabele Mitozo, que coordena o trabalho, o interesse pelo tema surgiu com as eleições presidenciais de 2018. Na época, os pesquisadores perceberam que a rede social estava sendo muito utilizada como ferramenta política. Agora os pesquisadores também querem entender como esse fenômeno ocorreu a nível local, no pleito de 2020, já que o uso de tecnologias digitais foi potencializado com as medidas de distanciamento social em decorrência da pandemia. 

Na primeira etapa, os professores e bolsistas da pesquisa entraram em alguns grupos públicos e fizeram coletas e mapeamentos dos temas discutidos. Atualmente, o trabalho está em sua segunda etapa. Os pesquisadores estão coletando informações por meio de um questionário on-line, voltado para os membros dos grupos públicos de WhatsApp com circulação de conteúdos políticos. 

Podem responder ao questionário, até esta quarta-feira (30/06), pessoas com 18 anos ou mais e que votam em quatro cidades do país: Imperatriz (MA), Petrolina (PE), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG). Nesse questionário, são feitas  perguntas sobre o perfil socioeconômico, as intenções em participar do grupo, a frequência de interação, os tipos de conteúdo compartilhado e a influência do grupo no voto. 

Em um terceiro momento, os pesquisadores planejam fazer entrevistas com membros e administradores dos grupos para saber mais sobre as motivações por trás do uso da ferramenta, para além daquelas que aparecem nas respostas fechadas do questionário. 

Os pesquisadores também pretendem fazer uma análise comparativa entre o uso do Whatsapp nas eleições de 2018, 2020 e 2022. A ideia é entender se o aplicativo continua forte ou se vem sofrendo algum tipo de desgaste. Para o professor do Departamento de Comunicação Social, Camilo Aggio, outros aplicativos de mensagens como o Telegram estão crescendo, mas ele acredita que o Whatsapp ainda é uma fonte importante de disseminação de conteúdo, incluindo notícias falsas. 

Saiba mais na reportagem de Beatriz Kalil: