Estudo avalia influência do ensino domiciliar na rotina das famílias
No Brasil, pesquisa é coordenada pela professora Débora Marques de Miranda, da Faculdade de Medicina, que concedeu entrevista, nesta sexta-feira, 31, à UFMG Educativa
Com o distanciamento social como medida preventiva à disseminação do novo coronavírus, a maioria dos estudantes, matriculados em escolas e universidades do mundo inteiro, estão temporariamente sem aulas presenciais. Uma pesquisa, coordenada pelo Instituto Karolinska, da Suécia, está sendo desenvolvida em diversos países, como Alemanha, Bélgica, China, Espanha, Holanda, Inglaterra, entre outros, a fim de investigar como esse novo modo de ensinar e aprender, o ensino domiciliar, influencia a rotina das famílias dos estudantes.
No Brasil, o estudo Avaliação do homeschooling na criança e na família em tempos de pandemia de covid-19 é coordenado pela pediatra Débora Marques de Miranda, professora da Faculdade de Medicina da UFMG. A pesquisa também conta com a participação da psicóloga e doutoranda Lorrayne Soares, do Programa de Pós-graduação em Medicina Molecular da UFMG.
Em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 31, a professora Débora Miranda explicou que, entre os pontos investigados pela pesquisa, estão o acesso aos conteúdos de ensino, a qualidade do conteúdo ofertado e os impactos do ensino domiciliar na vida dos parentes que vivem com as crianças que são alvo do estudo.
No Brasil, a participação pode ser feita até amanhã, por meio de formulário on-line. “Como a pandemia chegou antes na Europa, no momento nós temos mais dados de países europeus. A pesquisa, aqui no Brasil, está agora na fase de finalização da coleta de dados”, situou a professora.
Débora Miranda lembrou, ainda, que o mundo foi pego de surpresa com a necessidade desse tipo de ensino e, por isso, os pesquisadores se viram motivados a entender os desafios deste modelo, implantado de forma emergencial.
“Esse tipo de situação nunca ocorreu nesta dimensão e nós não tínhamos uma estrutura pronta para este tipo de ensino. Por isso, estamos buscando entender os impactos dessa situação na criança, no professor e na família. Nesta pesquisa específica, nosso foco é entender os efeitos nas famílias do aluno”, contextualizou.
Os pais de alunos em ensino remoto podem participar da pesquisa, que pode ser respondida até este sábado, 1º de agosto. O estudo é realizado de forma anônima, garantindo a confidencialidade dos dados do participante. Os resultados serão utilizados apenas em trabalhos científicos publicados ou apresentados oralmente em congressos e palestras.