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Professor de educação física e atleta transplantado busca ampliar conscientização sobre doação de órgãos

Pandemia aumentou a fila de transplantes de órgãos no Brasil. Recusa familiar ainda é principal obstáculo

Ramon Lima:
Ramon Lima: esporte ajuda desmistificar a ideia de transplantados vivem com grandes limitaçõesReprodução redes sociais

Um dos efeitos colaterais da pandemia da covid-19 foi o aumento da fila de transplantes de órgãos no sistema de saúde do país. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em 2019, eram 25 mil pessoas esperando por um novo rim. Já em 2021, esse número chegou a quase 28 mil e, em abril de 2022, foram contabilizados 32 mil e 800 pacientes nessa situação, o dobro de 10 anos atrás. Também subiu o número de mortes na espera por algum órgão, de 2.500 em 2019 para 4.200 em 2021. 3 mil dessas pessoas precisavam de um rim. Mesmo com os 4.750 transplantes do órgão feitos no ano passado, o número de pessoas que necessitam dessa cirurgia aumentou em mais de 750 pacientes. Depois do rim, a maior fila de espera é por uma córnea, com quase 19 mil pessoas aguardando uma nova chance de enxergar. Considerando toda a fila de espera por algum órgão, o número chega a 50 mil. A recusa familiar é um dos grandes obstáculos para que mais doações sejam feitas. No Brasil, apenas 15 pessoas por milhão de habitantes doam os órgãos. Um paciente com morte cerebral que doa seus órgãos pode salvar até 8 vidas. 

E uma dessas vidas foi a do professor de educação física Ramon Lima, que recebeu um novo rim em 2020 e ajudou a fundar a Liga de Atletas Transplantados do Brasil. O grupo reúne pessoas que receberam órgãos como fígado, rim, pulmão, pâncreas, coração e medula. O atleta tem como objetivo desmistificar a ideia de que as pessoas transplantadas vivem um excesso de restrições e que não podem se exercitar. 

O programa Conexões conversou sobre a realidade de um transplantado no Brasil com o professor de educação física Ramon Lima, atleta transplantado e Presidente da Liga de Atletas Transplantados do Brasil. O professor fala sobre a fila de transplantes de órgãos no Brasil, na qual Lima esteve por cerca de um ano e meio até conseguir um novo rim. Abordamos também a rotina de cuidados da pessoa transplantada e a importância da atividade física nesse dia a dia, além de detalhar as ações da Liga de Atletas Transplantados. 

Ramon Lima e os integrantes do projeto se preparam para representar o Brasil no World Transplant Games, que está previsto para abril de 2023, na Austrália, considerado o maior evento esportivo do mundo para transplantados, Para conhecer mais do trabalho da Liga de Atletas Transplantados é só procurar por eles no Instagram @ligatxbr

Ouça a conversa com a jornalista Luíza Glória:

Produção: Alícia Coura e Arthur Resende sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória