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Projeto da UFMG estima danos do rompimento da barragem em Mariana

O objetivo da iniciativa é contribuir para que a população diretamente atingida possa buscar a reparação integral dos danos sofridos

Carros destruído em meio à lama provocada pelo rompimento da barragem em Bento Rodrigues, distrito de Mariana
Carros destruído em meio à lama após rompimento da barragem em Bento Rodrigues, distrito de Mariana Rogério Alves I TV Senado I CC BY 2.0

A barragem de Fundão, no município de Mariana, se rompeu em novembro de 2015. O desastre causou a morte de 19 pessoas, além de desabrigar centenas de famílias. Desde então, a população diretamente atingida busca a reparação integral dos danos sofridos. Essas pessoas usam parâmetros criados por pesquisadores da UFMG para que as perdas passem a ter valores monetários e medidas adequadas sejam reivindicadas junto à Fundação Renova, entidade que deve executar a reparação dos danos e é mantida pelas empresas responsáveis pela barragem, as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton.

O trabalho da UFMG começou em 2018 e terminou em 2020, e tem sido usado em negociações judiciais e extrajudiciais voltadas a reparar os danos. Apesar de finalizado, o projeto continua rendendo publicações científicas e divulgando inovações que podem ajudar outros trabalhos relacionados a tragédias semelhantes. A equipe do projeto teve cerca de dez professores de várias unidades da UFMG, além da colaboração de uma professora da Universidade Federal de Ouro Preto e de estudantes de doutorado, mestrado e graduação. A coordenação geral ficou a cargo dos professores Bernardo Campolina e Anderson Cavalcante, ambos do Departamento de Ciências Econômicas. 

Ao definir parâmetros para o cálculo dos valores que deveriam ser pagos às famílias atingidas pelo rompimento da barragem, o projeto classificou as perdas de acordo com quatro eixos: saúde, cultura, economia e meio ambiente. Os parâmetros para o cálculo das perdas foram definidos a partir de entrevistas com as famílias que já tinham sido cadastradas pela financiadora do projeto, a Regional Minas Gerais da Cáritas Brasileira, entidade que presta assessoria técnica aos atingidos em Mariana. A Cáritas estima que cerca de 1.500 famílias, com um total de 6 mil pessoas, tenham sofrido danos diretos.  Foi para possibilitar a valoração das perdas que a Cáritas buscou desenvolver a chamada matriz de danos e pediu a colaboração de pesquisadores da UFMG. 

Saiba mais na reportagem de Tiago de Holanda. Ouça também a matéria sobre o artigo que estimou os danos à saúde para os atingidos pela barragem de Fundão.