Retomada do turismo ameaça saúde de trabalhadores do setor
Em entrevista à TV UFMG, professora Márcia Lousada defende que protocolos também considerem territórios e comunidades receptoras
O turismo foi fortemente prejudicado em 2020 pelo processo de isolamento social imposto pela pandemia. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) o setor perdeu, de março a agosto, mais de R$ 182 bilhões e 446 mil postos formais de trabalho.
Os prejuízos econômicos e as expectativas de recuperação financeira nos próximos meses pressionam grandes empresários do setor de agências, hotéis e transportes, assim como gestores públicos, a acelerar a reativação dos serviços. O Ministério do Turismo vem fomentando o processo de reabertura gradual, em parcerias com estados e municípios, por meio da oferta de linhas de crédito e da criação do Selo Turismo Responsável, cujo objetivo é oficializar protocolos de segurança para a prevenção da covid-19 em serviços do ramo turístico.
Em entrevista à TV UFMG, a professora do curso de Turismo da UFMG Márcia Lousada fala sobre a influência da perspectiva mercadológica nos debates. "A nossa crítica hoje é que esses protocolos são exclusivamente direcionados às empresas de turismo e ao turista. Não há construção de protocolos de segurança com as comunidades receptoras", afirma.
A professora defende uma reflexão crítica sobre possíveis impactos da reabertura nos territórios, na saúde dos trabalhadores e nas suas comunidades. “O turismo não deve ser organizado exclusivamente para o turista. É preciso considerar seus efeitos para todas as pessoas envolvidas na dinâmica da experiência turística”, avalia.
Assista à entrevista.
Equipe: Vitória Fonseca (produção), Otávio Zonatto (edição de imagem) e Renata Valentim (edição de conteúdo).