Transferência da Reitoria para o ICA marca 50 anos da UFMG no Norte de Minas
Diretor e vice-diretor foram reconduzidos e vão cumprir mandato até 2022
A transferência simbólica da Reitoria para o campus Montes Claros e a posse da diretoria do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) marcaram as comemorações, nesta segunda-feira, dia 5, dos 50 anos de presença da UFMG no Norte de Minas.
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira participaram da cerimônia. Em seu discurso, Sandra Goulart destacou o papel do ICA na interiorização das atividades da Universidade e lembrou que a Unidade surgiu em momento crucial da história da UFMG. “Em 1968, a UFMG estava às voltas com a reconfiguração de sua estrutura interna, com a reforma universitária, que se revelaria decisiva, definidora do que nós hoje viemos a ser. Articulava-se a criação dos ‘institutos’: o Icex, o ICB, a Fafich, o IGC, a Fale, a EBA e a Faculdade de Educação. É nesse contexto, em 11 de outubro, que o colégio agrícola é transferido para a Instituição”, explicou. “Ao mesmo tempo, inseríamos em nossa agenda o desenvolvimento da pesquisa, da pós-graduação e da extensão. Em muitos sentidos, redesenhava-se a nossa missão como a hoje a concebemos”, acrescentou.
A reitora também discorreu sobre as transformações da unidade acadêmica nesses 50 anos – da criação dos cursos de graduação até o desenvolvimento da pós-graduação. “Tivemos, nesse período, o incremento da pesquisa, sempre antenada ao desenvolvimento regional, e a ampliação da extensão, hoje uma das mais robustas entre as unidades da UFMG”, destacou a dirigente.
Sandra Goulart Almeida também fez uma análise sobre o “momento delicado de polarizações, intolerâncias, enfrentamentos, violências e de divulgações de infundadas inverdades sem lastro na realidade factual, das quais a própria UFMG tem sido vítima recorrente”. E destacou que a Universidade tem-se posicionado com firmeza em relação a esses ataques. “Para todos nós que pertencemos à UFMG, instituição que se ergue sobre os mais nobres pilares republicanos, é preciso, mais do que nunca, defender a liberdade de expressão, os valores éticos e democráticos e o Estado de Direito, como prevê a Constituição Cidadã de 1988 – heranças incontestes e sucessivamente presentes nas lutas da nossa Instituição”, afirmou.
Por fim, a reitora reafirmou o compromisso da UFMG e do ICA com a construção de uma sociedade equânime e inclusiva. “Estamos atentos e engajados na defesa da universidade pública, da autonomia universitária, do investimento contínuo em educação, saúde, ciência, tecnologia e cultura e na construção de políticas de Estado, sustentáveis e sustentadas, que preservem o importante legado histórico e científico do país construído pelas universidades públicas ao longo de tantos anos”, pontuou a reitora.
Linha do tempo
Em 11 de outubro, o ICA também comemorou os 10 anos em que foi elevado ao status de unidade acadêmica e 20 anos da criação do curso de graduação, o primeiro em Montes Claros. O professor Cândido Alves da Costa apresentou a linha do tempo da instituição, indicando avanços e desafios durante o período. “Cada pessoa aqui presente tem sua história conjunta com a história da unidade. A minha começou em 1996, outros professores chegaram depois e, assim, construímos a história da nossa unidade acadêmica”, disse.
Desde a criação do curso de Agronomia, em 1999, o ICA formou 1.650 alunos em cursos de graduação e pós-graduação. Em 2004, foi criado o curso de Zootecnia e, cinco anos depois, o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) propiciou a implantação de outros quatro cursos de graduação: Administração, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia de Alimentos e Engenharia Florestal.
O ICA é responsável pela oferta de seis cursos de graduação e cinco de pós-graduação, que contam com especialização, mestrado e doutorado no município. A unidade também planeja criar um curso de pós-graduação stricto sensu em Ciências Florestais e uma licenciatura em Ciências Naturais e Matemática.
Nos últimos anos, o ICA registrou crescimento expressivo em sua equipe, contando hoje com 99 professores e 98 servidores técnico-administrativos. “Isso permitiu a oferta de serviços que antes não eram contemplados na nossa unidade e o fortalecimento das coordenadorias, o que facilitou a gestão da unidade”, explica o diretor Leonardo David Tuffi Santos.
Continuidade
Os professores Leonardo Tuffi e Hélder dos Anjos Augusto foram reconduzidos, respectivamente, aos cargos de diretor e vice-diretor do ICA e vão cumprir novo mandato até 2022. “Precisamos seguir firmes com os ideais de crescimento e desenvolvimento de nossa unidade e qualificar nossas ações acadêmicas. A contribuição do ICA no Norte de Minas deve ser ampliada e fortalecida com a consolidação do campus da UFMG em Montes Claros, sobretudo com o compromisso com a qualidade do ensino, com a pesquisa e com uma extensão forte, que possibilite interação contínua com o saber regional e que tenha forte capilaridade social”, disse o diretor.
Ex-diretores do ICA foram homenageados durante a cerimônia. O professor Raimundo Rodrigues Avelar, primeiro diretor após a incorporação do Colégio Agrícola, se disse maravilhado com as transformações por que passaram a Unidade. “Cinquenta anos depois, no balanço que faço, tenho de reconhecer que a intenção não podia ser outra. O exercício de cidadania implica olhar as necessidades da comunidade e é na relação entre as pessoas que nascem coisas boas. O ICA foi um acontecimento importante para o município”, comentou Avelar.
Programação cultural
Com o tema 50 anos da UFMG em Montes Claros: pessoas, lugares e máquinas, uma mostra de fotografias históricas e contemporâneas da instituição e de charges do professor Georgino Júnior ficará exposta ao longo da semana no hall do bloco A e no corredor do bloco C. Máquinas e equipamentos agrícolas e laboratoriais poderão ser vistos em frente ao Dominó.
A cerimônia de comemoração da presença da UFMG em Montes Claros marcou a estreia do Coral do Instituto de Ciências Agrárias, que se apresentou sob a regência de Ediny Emiliano de Macedo. O coral é formado por cerca de 30 pessoas, entre professores, servidores técnico-administrativos e alunos do ICA.