Saúde

TV UFMG revela lições de como sobreviver ao luto em meio à pandemia

Ajuda surge em delicados poemas e grupos virtuais com rede de apoio internacional

Hospitais sem visitas, caixões lacrados e velórios com número limitado de pessoas para última despedida. Este tem sido o retrato da dor de parentes e amigos que perderam entes queridos em meio a pandemia da covid-19. De acordo com especialistas, o luto é um período natural da vida e que, em algum momento, será vivido por todos, porém enfrentar essa etapa durante o isolamento tem mudado a forma de se buscar e conseguir apoio. Em uma realidade em que abraços, beijos e acolhedores carinhos oferecidos por amigos e familiares não é possível há quem busque por outros tipos de conforto espiritual para tentar resinificar perdas repentinas provocadas pela doença. 

A publicitária Fernanda El-Osta perdeu o pai em fevereiro de 2020. Para lidar com o luto ela descobriu uma habilidade capaz de acalmar o coração em meio a dor. Escolheu as palavras, escritas em poesias em uma página @encare_seus_poemas, no Instagram. “Era um lugar, assim, como um diário mesmo, eu queria desabafar como foi cada dia da partida, comecei a narrar ali sem muita pretensão estética, tentando encontrar um lugar de troca, tanto de ouvir pessoas que talvez tivessem passando por aquilo e também poder honrar a memória de quanto ele lutou”, ela conta sobre essa experiência. Misteriosamente inspirada pelo pai, que também era poeta amador em vida, fato que Fernanda conta descobriu apenas depois da morte dele que a escrita era a melhor forma que conseguiria para lidar com a morte. Já a administradora  Evanice Curvelano perdeu o tio. Foi por meio da fé que encontrou sustentação para lidar com a perda de uma pessoa tão próxima. Hoje, Evanice se encontra, diariamente, com um grupo de orações católicas composto por trezentas pessoas do mundo inteiro através do perfil, no Instragam, @tercadaalegria1. Segundo ela, “A minha fé é maior que os meus medos e as minhas incertezas!”. 

Em entrevista à TV UFMG, a .psicóloga Júnia Drumond fala sobre a importância da vivência do luto e como esses grupos virtuais têm ajudado muitas pessoas a passarem por esse período. Ela é integrante da Sociedade de Tanatologia e Cuidado Paliativo de Minas Gerais, SOTAMIG, que promove atendimentos para esses momentos. 

Percebendo como esse processo afeta de forma contundente os profissionais de saúde, a Faculdade de Medicina da UFMG oferta apoio aos necessitados. O coordenador do TelePAN, Helian Nunes, orienta a inscrição para a teleconsultas através do site do projeto Projeto TelePAN.    

Equipe: Bruna Gomes, Luíza Galvão (produção e reportagem); Márcia Milagre (edição de imagens); Naiana Andrade (edição de conteúdo) 

Entrevistado/a: Evanice Curvelano, administradora; Fernanda El-Osta, publicitária; Júnia Drumond, psicóloga SOTAMIG; Helian Nunes, coordenador TelePAN Saúde - UFMG.