UFMG participa de pesquisa nacional sobre mobilidade da população idosa na pandemia
Lygia Paccini Lustosa, professora da UFMG envolvida no estudo, falou sobre aspectos relativos à mobilidade dos idosos na pandemia, em entrevista ao programa Conexões
A pandemia do novo coronavírus impõe enormes desafios para toda a sociedade, em especial para as pessoas idosas. Não só porque elas têm maior risco de desenvolver as formas graves da covid-19, mas, também, pelas recomendações de distanciamento social. A mobilidade, que é a facilidade para se mover de um lugar para o outro, possibilita uma vida ativa, com autonomia na velhice.
No contexto da pandemia, com as necessárias medidas de distanciamento social, a restrição da mobilidade, especialmente fora de casa, costuma ser acompanhada da diminuição do nível de atividade física. Isso pode comprometer a saúde dos idosos e aumentar a fragilidade dessas pessoas, em situações como uma queda, por exemplo.
Com a participação de universidades de várias partes do Brasil, entre elas a UFMG, a Rede de Estudos em Mobilidade no Envelhecimento (Remobilize) desenvolve uma pesquisa para acompanhar e avaliar a mobilidade dos idosos durante a pandemia. Um dos objetivos da pesquisa é identificar fatores que podem ser determinantes para a recuperação dos níveis de mobilidade que os idosos tinham antes da pandemia.
As pessoas idosas estão no principal grupo de risco da covid-19 e, por isso, o distanciamento social para elas é ainda mais importante do que para outras pessoas. Entretanto, por mais que ficar em casa seja fundamental nesse momento, isso implica, inevitavelmente, em perda da socialização, da autonomia e da mobilidade, como destaca a pesquisa.
A professora Lygia Paccini Lustosa, do Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, afirmou, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 13, que, em conjunto com a família e com os cuidadores, é possível amenizar esses efeitos nos idosos.
“É preciso incentivar o idoso a, mesmo estando dentro de casa, não ficar parado. Ele deve participar das atividades da casa, sem ser excluído, sem ficar recluso em seu quarto”, afirmou a professora.
Segundo Lygia Lustosa, o simples fato de o idoso estar envolvido nas tarefas de casa já contribui para a saúde e para o bem-estar. A professora destacou ainda a diferença entre exercício e atividade física.
“O exercício é feito de forma ritmada, com ou sem carga. Quando a gente fala de atividade física, estamos falando de tudo que é feito ao longo do dia, como se alimentar, regar plantas, colocar o lixo pra fora, entre outras tarefas diárias. Tudo isso é positivo, especialmente no envelhecimento”, destacou.
A pesquisa está sendo realizada com pessoas acima de 60 anos, por meio de questionários on-line, e já está na segunda fase. Agora, só participa quem já respondeu à primeira fase do estudo. No site da pesquisa, há outras informações e também uma série de vídeos com orientações para evitar quedas e também de exercícios simples que podem ser feitos pelos idosos, com segurança, em casa.