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‘Romancista das Gerais’: em 2021, comemoram-se os 125 anos de nascimento de Agripa Vasconcelos

Escritor considerado um dos nomes essenciais da literatura mineira teve obras adaptadas para a televisão em novelas que foram sucesso de audiência, como Xica da Silva, em 1996

Autor é conhecido por seus romances históricos com destaque para a formação social de Minas Gerais
Autor é conhecido por seus romances históricos com destaque para a formação social de Minas Gerais Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG

Em 2021, são celebrados os 125 anos de nascimento do escritor Agripa Vasconcelos, conhecido por seus romances históricos, personagens marcantes e obras adaptadas para a televisão, como as telenovelas Dona Beija, de 1986, e Xica da Silva, de 1996, ambas veiculadas pela extinta Rede Manchete.

Apesar de médico por formação, o autor entrou para a Academia Mineira de Letras aos 25 anos – sendo o mais jovem ingressante até hoje –, ocupando a cadeira de número três. Seu primeiro romance, intitulado Suor de sangue, lhe rendeu o Prêmio Olavo Bilac e, no decorrer de sua carreira, publicou obras como a coleção Sagas do País das Gerais, que revela aspectos da formação histórica e social de Minas. A coleção é dividida em seis volumes e lhe rendeu o título de "romancista das Gerais".

Nessa segunda-feira, 4, o programa Universo Literário teve como convidado o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná nas áreas de Língua Portuguesa, Literatura e Humanidades Maurício Menon. Em entrevista, Menon analisou a obra de Agripa Vasconcelos e falou sobre sua pesquisa a respeito do trabalho do escritor em seus tempos de pós-doutorado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo Menon, Agripa Vasconcelos possui um lado historiador "bastante latente" e "o fato de ele ter escolhido esse gênero literário, que chamamos de romance histórico, [...] nos diz muito da linha que ele pretendia seguir como escritor. [...] Em alguns dos romances, como é o caso de A Vida em flor de Dona Beja ou da Sinhá Braba, o Agripa faz uma reconstrução histórica dos períodos anteriores a essas personagens, até um século antes. [...] Para um leitor mais desavisado, pode até parecer um pouco massante, mas é de fundamental importância para entender o que vem depois [nessas narrativas]", explica o pesquisador, em referência à contextualização histórica das Sagas do País das Gerais.

Ouça a entrevista completa no SoundCloud.

Agripa Vasconcelos morreu em 20 de janeiro de 1969, em Belo Horizonte.

Em celebração aos 125 anos do autor, estão sendo realizadas palestras e exposições em diversas cidades de Minas Gerais. Para mais informações, acesse o perfil oficial dedicado à obra do escritor no Instagram, que reúne e divulga essas iniciativas.

Atualmente, a neta do escritor Mara Vasconcelos é a guardiã do vasto acervo literário de Agripa Vasconcelos.

Produção: Alexandre Miranda e Flora Quaresma, sob orientação de Alessandra Dantas e Hugo Rafael
Publicação: Carlos Ortega, sob orientação de Alessandra Dantas