UFMG e Vice-governadoria de Minas formalizam protocolo de intenções
Instrumento lança bases legais para cooperação em ensino, pesquisa e extensão, com foco nos campos social e econômico
A UFMG e a Vice-governadoria do Estado de Minas Gerais formalizaram, na manhã desta segunda-feira, 27, um protocolo de intenções para cooperação técnico-científica e de extensão. Assinado pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida e pelo vice-governador de Minas, Paulo Eduardo Rocha Brant, o documento estabelece as bases legais para que universidade e estado instituam – por meio de instrumentos jurídicos específicos – ações de cooperação voltadas para a extensão, o ensino e a pesquisa, sobretudo nos campos social e econômico.
A expectativa é que o protocolo fomente a abertura da máquina pública para o conhecimento produzido na academia e, ao mesmo tempo, estabeleça canais para que a universidade consiga atuar junto ao estado no desenvolvimento de políticas públicas que colaborem para a redução de desigualdades sociais e regionais. “As universidades têm papel muito importante na sociedade, afinal, é nelas que se produz o conhecimento aplicado pelo poder público. Nesse sentido, a nossa perspectiva é que, em relação aos problemas do nosso estado e do nosso país, esse protocolo possibilite que atuemos de forma cada vez mais articulada com o poder público”, disse a reitora.
Na solenidade em que foi celebrado o acordo, a reitora Sandra Almeida lembrou que Minas Gerais é o estado com mais universidades públicas no país, reiterando a importância de, nesse cenário, o poder público se unir às universidades. “Não é possível fazer uma reestruturação do estado sem discutir com as pessoas que pensam cientificamente os seus temas”, afirmou. “Essa é uma parceria muito importante, pois sinaliza a boa vontade do estado com as universidades”, disse.
'Só a inteligência vai nos salvar'
Paulo Brant também defendeu a importância dessa aproximação entre administração pública e conhecimento científico. A seu ver, essa “não é uma opção, mas uma necessidade” – sobretudo “no momento atual”, ele disse, considerando o desafio de se equilibrar as contas públicas. O vice-governador falou sobre a dificuldade que se vive hoje para gerar sustentabilidade financeira no poder público sem aumentar a carga tributária. “Assim, a única maneira de resolver isso [a sustentabilidade financeira dos estados] é passarmos a fazer melhor, fazermos mais e melhor, e aí dependemos da inteligência e do conhecimento. A população não consegue pagar mais”, enfatizou.
Ex-aluno de graduação e mestrado da UFMG, o vice-governador também elogiou os avanços que a instituição vem alcançando na construção de relacionamento com os setores público e empresarial. “Essa sinergia é crucial para que possamos viabilizar que o estado continue prestando os seus serviços de maneira mais eficiente e sem onerar demais a população”, afirmou, lembrando particularmente o trabalho realizado nos departamentos de Ciências Econômicas, Ciência da Computação e Ciências Biológicas.
Para Paulo Brant, a realidade atual impõe um desafio: a necessidade de se “reinventar o estado” no campo estrutural, de forma a torná-lo viável e sustentável, ou seja, capaz de cumprir suas funções – funções que, em sua opinião, “são indelegáveis”. “Eu não compactuo com a tese do Estado mínimo”, afirmou. "Cada vez mais complexa, a economia contemporânea não prescinde da ação ordenadora e articuladora do Estado. Além disso, no caso de Minas Gerais, por exemplo, nós temos uma sociedade em que um terço da população é considerado vulnerável. Isso, por si só, já justificaria uma presença forte do governo”, disse.
Como saída, o vice-governador defendeu o investimento em inovação. “Inovação de processos, de produtos – não só do ponto de vista de equipamentos, de hardwares, mas de inteligência. Só a inteligência vai nos salvar”, reiterou.