Considerados grupos de risco da Covid-19, os idosos também estão vulneráveis ao problema da violência dentro de suas próprias casas. Segundo dados do Disque 100, do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, foram contabilizadas três mil denúncias em março, oito mil em abril e 17 mil em maio. Além disso, o número de denúncias referentes ao período de isolamento social já ultrapassam 60% do número total registrado no ano passado. Segundo o mesmo órgão, em 2019 os familiares foram responsáveis por 83% das agressões .Entre as violações mais comuns estão a negligência, a violência psicológica e a patrimonial.

No mês da conscientização da violência contra os idosos, a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG Adalgisa Ribeiro afirma, em vídeo enviado para a TV UFMG, que “nessa situação de pandemia, muitas vezes o idoso está exposto por muito mais tempo aos seus agressores. Se você tem uma família que já vive em situações conflituosas com o idoso, quando começam a passar muito mais tempo juntos, os conflitos podem se exacerbar”, avalia.

Para que esse número diminua, a professora defende que é necessária a solidariedade, a colaboração, a inclusão digital e, principalmente, a aproximação de vizinhos, cuidadores e familiares, pois dessa  forma os idosos poderão recorrer a alguém em casos de violência. “Se você não é do grupo de risco e tem um idoso próximo, ofereça ajuda”, complementa. 

Ficha técnica: Artur Horta (produção); CEDOC TV UFMG (imagens); Otávio Zonatto (edição de imagens); Renata Valentim (edição de conteúdo).