Saúde

Projeto do HC-UFMG para idosos institucionalizados mostra resultados de 2 anos de monitoramento

Em parceria com a Prefeitura de BH, hospital apoiou quase 2 mil idosos que vivem em instituições de longa permanência

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Iniciativa do HC assistiu 114 instituições na capital. Vilma Tomaz | Prefeitura de Belo Horizonte

Iniciativa pioneira de assistência da condição de saúde em idosos institucionalizados, o Projeto ILPI BH realizado pelo Hospital das Clínicas (HC) da UFMG/Ebserh, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, divulgou os resultados de 24 meses de monitoramento. Ao todo, foram 114 instituições de longa permanência assistidas, 1.991 idosos atendidos e uma taxa de mortalidade por covid-19 de cerca de 3%, considerada baixa quando comparada ao impacto da covid-19 na população de idosos institucionalizados de países desenvolvidos.

Lançado em 2020, três meses após os primeiros casos da doença serem confirmados no Brasil, o projeto se concentrou em ações de proteção à covid-19 e assistência geriátrico-gerontológica em instituições de longa permanência que, pelas características físicas, de pessoal ou de logística, tinham dificuldade de realizar o isolamento adequado dos idosos com caso suspeito ou confirmado. O objetivo foi evitar que o vírus se espalhasse mais rapidamente e outros idosos fossem contaminados.

O HC-UFMG deu apoio matricial, ou seja, atuou para assegurar retaguarda especializada tanto de forma remota quanto presencial. “O programa surgiu em resposta à pandemia e utilizou tecnologias de apoio remoto, como videoconferências, aulas síncronas e assíncronas, chatbot e aplicativos de troca de mensagens instantâneas. É muito bonito verificar, na prática, como tem sido possível aproximar cada vez mais o Centro de Referência em Saúde do Idoso do HC das instituições que acolhem e cuidam de idosos em conjunto com a atenção primária do município. Os resultados confirmam o sucesso do combate à covid-19 em ILPIs em Belo Horizonte”, afirma o geriatra Jader Freitas.

As instituições de longa permanência foram divididas em cinco equipes matriciadoras, formadas por dois geriatras, um enfermeiro gerontólogo, um médico residente de geriatria e outros médicos que estão em contato próximo com as instituições e com as equipes dos postos de saúde, da Vigilância Sanitária, secretarias municipais de Saúde e de Assistência Social e outros órgãos.

“Esse acompanhamento de dois anos foi extraordinário. Fizemos a diferença nas ILPIs em relação às demandas covid e também às demandas não covid, que são aquelas condições crônicas”, afirmou o chefe do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da UFMG e coordenador do Projeto ILPI BH, Edgar Nunes de Moraes.

Por isso mesmo, um dos desdobramentos desse projeto é a etapa denominada Cuidar. “Com o Cuidar, daremos continuidade ao monitoramento, mas com foco nas demandas não covid. Observamos que muitas doenças geram dificuldades e têm gravidade maior que a própria covid”, enfatiza Moraes. Além de reduzir a mortalidade por covid-19 dentro dessas instituições, o Projeto ILPI também resultou em vínculo mais forte do HC-UFMG com as instituições de longa permanência filantrópicas de Belo Horizonte e da rede formada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com banco de dados e projetos de pesquisa.

Tecnologia
O Projeto ILPI ofereceu cursos em formato educação a distância (EAD) para capacitar os profissionais da atenção primária e das instituições de longa permanência para idosos no manejo da covid-19 em pessoas acima de 60 anos. Além disso, o Centro de Telessaúde do HC-UFMG desenvolveu o Chatbot de Monitoramento Diário Individual do Idoso, ferramenta on-line de inteligência artificial que orienta o cuidador a entrar em contato e, concomitantemente, avisa à equipe do HC, por e-mail e em tempo real, a ocorrência de sintomas suspeitos de covid-19.

Assessoria de Comunicação do HC-UFMG