“É como cortar o oxigênio para o próprio funcionamento do Estado”
Pesquisadores alertam que o contingenciamento de verbas para a ciência terá impactos para a economia no Brasil nos próximos anos
Embora a decisão de retirar 600 milhões de reais do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) tenha vindo da área econômica, essa é justamente uma das áreas que mais pode sofrer com uma redução tão drástica das verbas destinadas à pesquisa. Estudos mostram que os investimentos feitos em ciência retornam à sociedade, por exemplo, na forma de impostos. A pesquisa também é fundamental para a competitividade de setores como a agricultura e a indústria.
Para falar sobre os impactos econômicos da ciência, a Rádio UFMG Educativa conversou Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); Sandro Amadeus Cervera, reitor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e presidente do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Foripes-MG) e com o economista Moisés Vassalo, professor do Instituto de Engenharia de Produção e Gestão da Federal de Itajubá, que vem desenvolvendo estudos sobre o impacto das universidades para a economia.
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Ouça também os outros conteúdos veiculados ao longo desta semana sobre os cortes no FNDCT. Ontem, pesquisadores de diferentes áreas analisaram o que pode acontecer com a ciência brasileira se o CNPq não conseguir pagar as bolsas de pesquisa previstas no edital Universal. Na quarta, entidades ligadas à ciência explicaram o que é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNCT) e por que ele é tão importante para o financiamento da pesquisa e inovação no Brasil. Na terça, o presidente do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas analisou os efeitos dos cortes na ciência feitos nos últimos anos e disse que a luta por recursos para a área deve envolver toda a sociedade.